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O grito “mulheres no poder” marcou o painel sobre os desafios de gênero que as advogadas enfrentam em início de carreira e por toda a vida profissional. O debate foi realizado nesta sexta-feira (12) no XXI Encontro Nacional da Jovem Advocacia (ENJA 2024), no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.
A palestrante Ethiene Brandão, presidente da 22ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) de Primavera do Leste, relatou as pedras que encontra no caminho por ser uma liderança feminina. “Comecei a advogar muito jovem, aos 21 anos e, muito além de advogada, sou uma mulher preta, de sobrenome da Silva, sem nenhum quadro na parede de Escritório familiar. Na verdade, fui uma das primeiras na família a vencer, ou seja, a me formar advogada, então carregava comigo toda a responsabilidade de brilhar”.
Ethiene enfatizou que só sentiu na pele a violência de gênero e a discriminação racial quando entrou para o Sistema OAB e começou a ocupar cargos de destaque. “Antes ficava calada, dentro do escritório, trabalhando, sem direito a voz, mas bastou sair desta condição que comecei a incomodar. Foi quando tive a ideia de usar terno branco, para me opor ao perfil dominante na advocacia: homem, branco, de terno preto”.
Os dados apresentados pela palestrante Thais Brazil, vice-presidente da Escola Superior de Advocacia (ESA-MT) da OAB-MT, confirmaram o panorama de desigualdade de gênero na advocacia ainda que as mulheres sejam maioria na profissão (50%).
A palestrante Gisela Cardoso, presidente da OAB-MT, afirmou que as mulheres, principalmente em cargos de poder, são mais cobradas, criticadas, sempre têm que provar algo mais e sua capacidade é sempre colocada em dúvida. “A gente acaba com medo de errar, mas temos que superar esse medo, porque errar é humano, podemos sim errar e acertar”, disse Gisela. Ela destacou que os homens advogados têm a tradição de sair com colegas para fazer network.
“Já nós, mulheres, não podemos quarta porque é o dia do futebol do marido, não podemos quinta porque temos obrigações em casa, sexta-feira só podemos ir se no local tiver parquinho, porque temos que levar o filho, então são muitas as barreiras para termos esse momento profissional tão importante de troca de experiências e contatos”, pontuou Gisela.
A mesa foi presidida pela jovem advogada da 20ª Subseção de Juara, Leslie Ikeno, com a mediação da presidente da COJAD da 5ª Subseção de Cáceres, Adriana Alencar.
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Keka Werneck
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