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O ex-policial Almir Monteiro dos Reis, de 49 anos, que estuprou, asfixiou e matou a advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, de 48, no dia 13 de agosto deste ano pode ser poupado de ficar preso em regime fechado, caso seja aceito pela Justiça o pedido de sua absolvição pela Defensoria Pública de Mato Grosso.
O argumento da defesa é que o feminicida teria sido diagnosticado com esquizofrenia. O mesmo laudo que ele usou em 2016 para se defender de outros processos que já responde.
O caso tramita na 12ª Vara Criminal de Cuiabá, após o juiz Wladymir Perri acatar a denúncia do Ministério Público Estadual.
Entenda o caso
Na madrugada do dia 13 de agosto, a advogada Cristiane Castrillon foi encontrada morta dentro do próprio carro – um Jeep Renegade -, no Parque das Águas, com sinais de espancamento e asfixia. Ela foi encontrada pelo seu irmão por meio de aplicativo de monitoramento.
A advogada foi agredida, abusada sexualmente e morta após conhecer Almir horas antes em um bar, no bairro Verdão, na noite do dia 12 de agosto, na região da Arena Pantanal.
Almir saiu de sua casa com o carro da vítima e deixou o corpo no banco do carona do veículo entre 8h30 e 9h, na região do Parque das Águas.
Ele ainda colocou um óculos escuro em seus olhos para dissimular que a advogada estava morta.
Assim que abandonou o corpo de Cristiane, Almir pediu uma corrida de aplicativo e voltou para casa. Meia hora depois recebeu uma mulher com quem se relacionava há pouco tempo. Esse era o terceiro encontro dos dois.
O crime e a Justiça
No dia 7 de setembro foi aceita – parcialmente -, denúncia contra o feminicida, em decisão do magistrado Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá que recusou, no entanto, a acusação de ocultação de cadáver. Ainda determinando que o réu seja submetido a uma avaliação psicológica.
Três dias antes, 4 de setembro, a 2ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá denunciou o ex-militar Almir Monteiro pelo homicídio qualificado de Cristiane Castrillon. Igualmente, pelos crimes de estupro, fraude processual e ocultação de cadáver.
Conforme a peça do Ministério Público de Mato Grosso, a vítima foi espancada, asfixiada e morta na madrugada de 13 de agosto de 2023, no interior da residência do denunciado, no bairro Santa Amália.
Também, de acordo com a denúncia, o crime foi cometido por motivo torpe (desprezo pela vida da vítima), com emprego de asfixia mecânica, mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima (superioridade de força física), para assegurar a impunidade de outro crime (estupro de pessoa em situação vulnerável) e contra a mulher por razões da condição do sexo feminino, envolvendo menosprezo à condição de mulher (feminicídio).
Para o juiz, os laudos indicam que a morte da advogada, no dia 13 de agosto, pode ter ocorrido devido à sua resistência de manter relações sexuais com o acusado. No que se refere à possível fraude processual,o réu teria potencialmente alterado a cena do crime, incluindo a limpeza da casa e dos objetos onde foram encontradas evidências de sangue, bem como o transporte do corpo da vítima para outro local. Outras ações judiciais serão definidas em audiência marcada para o dia 9 de outubro de 2023.
O ex-policial está na Cadeia Pública de Chapada dos Guimarães, prisão especial a ex-militares, por decisão do juiz da Segunda Vara de Execuções Penais de Cuiabá, Geraldo Fidelis, no dia 28 de agosto.
Sua transferência da Penitenciária Central causou bastante polêmica, na época, na ambiência política, em especial na Assembleia Legislativa. E junto ao Ministério Público estadual e os coletivos que realizam o enfrentamento à violência contra a mulher em Cuiabá.