Consultora financeira explica sobre a nova liberação de empréstimo para quem é beneficiário do BPC
Fonte: Gazeta Digital, créditos da imagem: Reprodução/Arquivo pessoal
A cuiabana Dioni Attilio, 59, mora em Portugal desde 2019. Ela deixou a capital mato-grossense para realizar o sonho de conhecer a Europa e ter a experiência de morar em outro país. A ideia inicial era passar cerca de um ano no continente europeu. Porém, no meio do caminho, Dioni se encantou pelo país lusitano e conheceu o português José Rego, 65, encontro que ela definiu como “amor à primeira vista”.
Neste ano, o casal decidiu pôr em prática um sonho antigo: o de viajar pelo mundo. Eles compraram um motorhome e, desde julho deste ano, já visitaram mais de 20 países ao redor da Europa. Nas viagens, eles ainda têm a companhia de Kiko, um cachorro boxer de 7 anos que traz alegria à dupla.
Em um perfil no Instagram, Dioni e José compartilham o dia-a-dia das viagens e trazem curiosidades culturais dos países que visitam.
Entre julho e outubro, eles visitaram 21 países. A viagem começou em Portugal e cortou um pedaço da Europa para o norte. Agora, o casal está voltando para Portugal para passar as festas de fim de ano em Lisboa. Em ordem, Dioni e José visitaram, até agora: Portugal, Espanha, Andorra, França, Itália, Suíça, Alemanha, Liechtenstein, Áustria, Eslováquia, República Tcheca, Polônia, Bielorrússia, Lituânia, Letônia, Estônia, Finlândia, Noruega, Suécia, Dinamarca e Holanda.
“Essa experiência, que para mim era desconhecida, de viver numa autocaravana é extraordinária, pois é viver com o que realmente necessitamos. É viver em 3, nós e o Kiko, num espaço pequeno, mas é um acumular aventuras diárias, acordar a cada dia com um jardim diferente à nossa volta, conhecer outras culturas, outras realidades, outras arquiteturas, outros climas e acima de tudo encontrar e conhecer pessoas incríveis e fazer amigos em cada país e em cada canto”, explica.
Em uma postagem no Instagram, o casal conta uma das histórias marcantes da viagem. Na cidade de Jõhvi, na Estônia, eles perceberam que andaram um percurso com a porta de trás do motorhome aberta. De repente, o cachorro Kiko havia sumido. José deu meia-volta e refez o trajeto. Cerca de 11km depois, avistaram o cachorro, parado, como se aguardasse a volta dos dois.
As dificuldades em Portugal
Natural do bairro Dom Aquino, Dioni se formou em Engenharia Sanitária pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), no ano de 1989. Em Cuiabá, ela sempre trabalhou na área sanitária, seja na própria empresa de consultoria, seja como funcionária. A motivação para deixar o Brasil partiu de reflexões sobre a situação geral no país e sua condição financeira. Ela deixou suas duas filhas, Raisa, de 23 anos, e Júlia, de 14 anos, e a neta Elisa, filha da primogênita, de apenas dois anos, em busca de melhores condições de vida.
A escolha de viver em Portugal foi óbvia: o país fica na Europa, continente que Dioni sempre sonhou conhecer, e, do ponto de vista cultural (língua, culinária, número de brasileiros), a adaptação seria mais tranquila.
Porém, essa adaptação não aconteceu sem percalços. Como boa cuiabana, Dioni sofreu com o frio europeu e não conseguiu emprego na sua área de formação. No meio disso tudo, a pandemia do coronavírus agravou ainda mais a sensação de despertencimento.
Um mês após aterrissar em Lisboa, ela conseguiu dois empregos, fora da engenharia sanitária, o que lhe rendeu dinheiro suficiente para, em fevereiro de 2020, três meses depois, custear a viagem das filhas e da neta para Portugal. A visita durou apenas uma semana, mas permitiu que Dioni comemorasse o aniversário de 15 anos de Júlia. Mas o retorno das filhas e neta à Cuiabá trouxe de volta os problemas.
“Logo em seguida, tudo voltou ao habitual, e que penso ser transversal a quase todos os imigrantes: trabalhar muito, chorar muito, pela ausência e pela saudade, pelos momentos de arrependimento e pela vontade de voltar”, contou ao GD.
Em outubro, 8 meses depois, a filha mais nova se mudou para Portugal para morar com a mãe e concluir o ensino médio por lá. Segundo Dioni, a ida da filha foi fundamental para “minimizar os momentos de depressão e arrependimento”. Mas ela foi se virando.
Em julho de 2022, Dioni passou as férias em Cuiabá. O encontro com a família, o calor do qual tanto sentia falta e a dificuldade de adaptação da filha ao ambiente lusitano se somaram e ela decidiu que, no final do ano, retornaria ao Brasil. Mas um encontro em um restaurante iria mexer com os planos da cuiabana.
O encontro com José
Quando voltou a Portugal, ainda em julho, a ida cotidiana a um restaurante mudou a vida da brasileira. Lá, ela e José se conheceram. “Foi amor à primeira vista”, ela diz. “A empatia foi imediata e nas nossas conversas fomos descobrindo muitas coisas e interesses comuns”, afirma empolgada.
O encontro rapidamente se transformou em namoro, e 5 meses depois o casal passou a morar junto. O português já tinha uma longa história com viagens, tanto como mochileiro quanto dirigindo motorhomes. Ele recentemente tinha vendido sua empresa de venda e assistência para barcos. José queria descansar e fazer o que sempre amou: viajar.
Em uma conversa com Dioni, ele revelou o desejo de conhecer a América do Sul, uma das lacunas na sua vida de viagens. A cuiabana rapidamente retrucou e disse que sempre sonhou em conhecer a Europa. Em uma rápida troca de olhares, o restante pareceu óbvio para os dois.
Eles compraram um motorhome, convocaram o cachorro Kiko e estão na estrada há 4 meses. O primeiro passo foi realizar o sonho de Dioni de conhecer a Europa. No ano que vem, em janeiro, o casal irá para o Uruguai, onde irão iniciar a viagem pela América do Sul, e, no futuro, já planejam repetir o feito na África.